sábado, 22 de outubro de 2011

Batata: Xerife Estrelense

O time do Estrela do Norte de 1977, que marcou a volta do clube ao futebol profissional do Espírito Santo, tinha uma dupla de zagueiros de respeito. Marcolino, que veio de Campos, representava o estilo clássico, técnica refinada; e ao lado dele, o cachoeirense Batata, se destacava pela raça, boa colocação e vigor físico. Era o típico jogador, chamado "xerife", a quem os adversários tinham que "pedir licença" para entrar na área estrelense.
Foi na escolinha do Cruzeiro do bairro Valão, em 1967, que o menino Elias Ayres da Silva, o Batata, começou a jogar futebol, aos 12 anos de idade. No ano seguinte foi para o Estrela do Norte, onde teve a oportunidade de jogar no time dirigido por "sêo Zezinho". Nos dois anos que atuou no infantil do Estrela, Batata foi bi-campeão cachoeirense. Logo depois, trocou de clube. "Em 1970 eu fui jogar no infantil do Cachoeiro. Fiquei só um ano e retornei para o Estrela", afirma Batata.
Em 1971 e 1972 Batata atuou na zaga do time de juniores do Estrela. Em 74 fazia parte do time principal amador. "Nessa época eu disputei pela primeira vez o Campeonato Sulino de Amadores. Nosso time decidiu o título contra o Cachoeiro. O jogo foi disputado no Sumaré, e mesmo assim, perdemos de 1 a zero", lembra o ex-jogador. Ele também defendeu o Estrela no Sulino de 75.
Em 1976, Batata deixou o Estrela e foi para o Gremio Santo Agostinho. No alvi-anil da Vila Rica, sagrou-se campeão municipal. A decisão foi contra o Cachoeira Grande. "Era o clássico do bairro. Nós ganhamos de 4 a zero e ficamos com o título. O jogo final foi realizado no campo do Estrela. Também nessa época, no segundo semestre, eu atuei pelo Castelo em um Campeonato da Região Sul", destaca.


FUTEBOL PROFISSIONAL
A estreia de Batata no futebol profissional aconteceu em 1977, quando o Estrela do Norte formou uma equipe para disputar o Campeonato Capixaba. Ele fez dupla de zaga com Marcolino, que veio do futebol campista. "Meu primeiro jogo foi contra o Santo Antônio, no estádio de Sumaré. Nós ganhamos de 1 a zero, gol de Juarez Coalhada. O Estrela tinha uma equipe forte, com condições de ser campeã, mas naquela época não era fácil. A arbitragem sempre favorecia os clubes de Vitória", enfatiza.
No ano seguinte, Batata continuou como titular da zaga estrelense. Participou do Campeonato Estadual, jogando ao lado de Lúcio Antônio, que veio da Desportiva Ferroviária. Mais uma vez o Estrela fez uma boa campanha, mas não conseguiu chegar ao título, como desejava a torcida alvi-negra.







GRÊMIO SANTO AGOSTINHO
Do futebol profissional, Batata voltou a disputar o Sulino de Amadores. Defendeu o Gremio Santo Agostinho nas competições de 1979/80. Em 1981, retornou ao futebol profissional. Fez parte da equipe do Gremio que disputou o Campeonato Capixaba. "Nosso time base era: Volpini, Cebinho, Aíde, (eu) e Profeta; Bolão, Carlinho Paizinho e Farley; Carijó, Batista e Nenzo." 
Na mesma época, Batata começou a trabalhar na Escelsa. Como consequência, abandonou o futebol. "Passei a me dedicar à nova profissão. Jogava no futebol amador, mas sem compromisso sério. Eu não tinha tempo para treinar e o meu emprego estava em primeiro lugar. É muito difícil viver do futebol aqui no Espírito Santo", afirma.
Batata afirma que teve o privilégio de jogar ao lado de ótimos jogadores do futebol capixaba, mas faz questão de destacar o atacante Noquinha, com quem atuou em várias equipes. "Quando a bola era lançada pra Noquinha ele já sabia o que ia fazer, antes mesmo da bola chegar nele. Quando dominava dentro da área, era meio gol. Tinha muita técnica e visão de jogo. Eu fico arrepiado só em lembrar a categoria que Noquinha demonstrava em campo", destaca Batata.

OS MELHORES
Pela admiração que sempre teve pelo futebol de Noquinha, Batata o escala entre os melhores jogadores com os quais atuou ao longo de sua trajetória no futebol. Sendo assim, a "seleção" de Batata seria formada pelo goleiro Denizart; Dejair na lateral direita; Marcolino formando o fundo de zaga com ele (Batata) e Fernando Gavião na lateral esquerda; o meio campo com Délio, Sergio Roberto e Kiko; Joadir, Noquinha e Nenzo.
Questionado sobre o melhor técnico com quem trabalhou, Batata não pensou duas vezes e indicou o nome de Paulo Henrique. O ex-lateral do Flamengo e da Seleção Brasileira, foi o treinador do Estrela do Norte no Campeonato Capixaba de 77. "Paulo Henrique conhece tudo de futebol. É um excelente técnico", confirma Batata.
Elias Ayres da Silva, o "Batata", está com 54 anos de idade. É casado e tem duas filhas: Bethânia e Polyanna. Ainda costuma jogar umas peladas, principalmente no Atlético Clube Ita, onde por vários anos ocupou o cargo de diretor. Batata é botafoguense e se diz aliviado pelo clube ter conseguido escapar do rebaixamento no Campeonato Brasileiro desse ano.   


Fonte:
http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/12/578182-por+onde+voce+anda+batata+xerife+estrelense.html

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